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No Alto da Ajuda, em Lisboa, vão surgir 119 habitações a renda acessível e 114 fogos a preço livre, num investimento estimado de 34 milhões de euros, impulsionado pela cooperativa REQUALITAS VIP.

Segundo o administrador da cooperativa de habitação e construção REQUALITAS VIP, o arquitecto Carlos Alho, os projetos de arquitetura e urbanismo para o Alto da Ajuda vão ser executados “em consórcio com particulares”, com a construção de habitação para a classe média em Lisboa “a um custo controlado de 700 euros por metro quadrado (m2)”.

A intervenção no Alto da Ajuda foi projectada em 2017, no âmbito do programa municipal Lisboa Renda Acessível, que prevê que “a habitação acessível pode ser programada e dinamizada por cooperativas ou por outro tipo de consórcios”, indicou à Lusa o arquitecto Carlos Alho.

Neste âmbito, as “forças vivas” da freguesia lisboeta da Ajuda criaram a cooperativa REQUALITAS VIP, “uma estrutura dinâmica ligada ao meio académico”, com o apoio dos estudantes e professores do Campus da Ajuda da Universidade de Lisboa.

Registada em 15 de Junho deste ano, a cooperativa REQUALITAS VIP quer requalificar o Alto da Ajuda com habitação a custos controlados e, por outro lado, permitir a construção para “habitação em venda livre, mas uma habitação mais acessível”, disse o administrador.

“São projectos que, neste momento, a nível do Plano Director Municipal (PDM) e do desenho urbano da Câmara Municipal de Lisboa, já estão assumidos e aprovados”, explicou o arquitecto Carlos Alho, adiantando que “a cooperativa, em consórcio com gabinetes de projectos”, pretende investir e executar o que está planeado.

De acordo com o administrador da REQUALITAS VIP, os projectos prevêem “119 habitações a custos controlados e 114 em venda livre”, assim como fogos para equipamentos sociais, inclusive para sede de associações e colectividades da freguesia da Ajuda.

Em relação ao investimento, a estimativa realizada em 2017 aponta para 34 milhões euros, valor que terá de ser actualizado, informou Carlos Alho, acrescentando que a maior parte do valor é assegurando pelo consórcio e a restante parte pela cooperativa, sem precisar qual a percentagem assumida por cada.

Neste momento, “o estudo prévio já está definido”, com a apresentação dos projectos por parte do consórcio, aguardando-se uma reunião com a Câmara Municipal de Lisboa para avaliar e aprovar as propostas.

Na perspectiva do arquitecto que administra a cooperativa, a expectativa é que a autarquia dê o seu parecer no prazo de um ano, com os projectos aprovados até 2021, e que, depois, a construção decorra durante dois anos, com a obra concluída até 2023.

Preocupada com a “expulsão de moradores” devido ao investimento de fundos imobiliários internacionais, a REQUALITAS VIP quer “criar atracção” para permitir o regresso dos que foram obrigados a sair do Alto da Ajuda, na sequência da “especulação imobiliária”.

Com a construção de habitação a baixos custos, a cooperativa pretende ainda fixar no território estudantes e professores do Campus da Ajuda.

Na página na internet do programa Lisboa Renda Acessível, a descrição do projecto indica que a intervenção se localiza no Campus da Universidade de Lisboa da Ajuda, numa área “com uma magnífica relação visual com o estuário do rio Tejo e com o parque natural de Monsanto”, beneficiando ainda da proximidade à zona de Belém.

Para a Câmara Municipal, o projecto “permitirá consolidar esta zona como uma nova centralidade de Lisboa, ancorada no Campus Universitário, agora reforçado com um programa de uso habitacional para a classe média, comércio, serviços e equipamentos de proximidade”.

“É a zona de Lisboa com menor vulnerabilidade ao risco sísmico”, destacou a autarquia de Lisboa, adiantando que a área total de intervenção no Alto da Ajuda é 58.158 m2, dos quais 22.085 m2 para construção acima do solo – 11.063 m2 para renda acessível, com quatro edifícios que disponibilizaram 119 habitações, e 11.222 m2 para preço livre, com outros quatro edifícios para 114 fogos.

As estimativas globais referem que o projecto se destina em 89% para habitação, 7% para comércio e 4% para equipamentos, prevendo uma área de estacionamento em estrutura edificada, com capacidade total para 240 lugares, segundo informação da Câmara Municipal de Lisboa.

joaobandarra@mixandblend.net'

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